quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Trabalho de final de curso

Caros alunos,
A proposta deste blog é proporcionar um instrumento de avaliação interativo visando facilitar a discussão e reflexão dos conteúdos estudados.
Para tal designo a seguinte tarefa, que corresponderá a nota de final de curso da minha parte da disciplina "Gênero e Representações":
1. Assistam ao filme "If These walls could talk", versão título brasileira: Desejo Proibido. Este filme encontra-se disponpivel em locadoras, mas quem desejar pode baixa-lo através dos links:
http://lesaiph.blogspot.com/2010/09/desejo-proibido-if-walls-could-talk-2.html
http://www.thelword.kit.net/dicasdefilme3.html

2. Elaborem uma análise do conteúdo a partir dos textos lidos durante a realização da disciplina "Gênero e Representações".

3. Postem no blog suas análises.

A análise feita será o trabalho final de vocês. Não é necessário um comentário muito extenso, mas façam-no embasados nos textos lidos e nas discussões promovidas em sala de aula.

A data limite de postagem no Blog será dia 17 de Janeiro de 2012. Após esta data não será aceito nenhum comentátio postado para efeito de nota.

49 comentários:

  1. O filme reúne 3 histórias que se passam em tempos diferentes, tempos em que os direitos e as decisões de vida do ser humano são encaradas pela sociedade de maneiras distintas. No primeiro a opção sexual das duas mulheres em questão sequer possui um nome, não é nomeada, elas mesmas se apresentam como amigas. Não há direitos reconhecidos da uniao homoafetiva, pois a sociedade sequer reconhece esse tipo de união. Na 2ª história, o momento é de efervescencia, apesar do preconceito, e ele existe em várias formas, as mulheres se encontram num momento de se afirmar enquanto possuidoras de opinião, direito, respeito enquanto indivíduo.Essa história se passa apenas dez nos mais tarde que a 1ª e o assunto já é tratado em unoversidades, ainda que com barreiras, um grande avanço. 20 anos depois da 1ª história, a discussão já gira em torno não dos direitos adquiridos, mas de como viabilizar processos que fisiologicamente as impedem de obter o que qualquer outro casal teria: um filho. Apesar de tantas conquistas, o preconceito não deixou de existir, isso fica evidente. Entretanto, o que não podemos deixar de notar é que todas as histórias se passam na mesma casa, o que poderia simbolizar que , embora seja um processo, a conquista de direitos, de se firmar enquanto detentor de opinião e enquanto agente de sua história não é simplesmente uma lita da mulher, mas do ser humano. É uma condição humana. Por isso a casa é a mesma, as histórias são diferentes, os dilemas evoluem com o tempo, mas tudo se pauta pela ação humana, pela forma como lidamos com cada situação em cada tempo. Cada tempo possui um olhar sob determinadas questões e essas se resolvem por atitudes pautadas nesse olhar, nesse tempo.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Em épocas distintas, dividido em três partes e no mesmo cenário, a película trata a mesma temática: o amor entre mulheres, ou seja, o lesbianismo. A primeira história se passa no ano de 1961, relatando o caso de duas mulheres idosas que tinham vivido juntas por mais de 30 anos, numa época onde sequer a sociedade reconhecia a união homoafetiva, silenciando ao mesmo tempo a vida, o desejo e o direito de ser e estar destas mulheres, que ao se verem presas nesse cativeiro, se apresentavam apenas como “amigas”.
    A segunda parte do filme se passa no ano de 1972, 11 anos mais tarde, já num momento em que as mulheres abandonaram o papel de vitimas de um silêncio induzido, se reconhecendo enquanto sujeitos formadores de opinião, dignos de respeito e igualdade, trazendo para si o que sempre lhes foi de direito, porém renegado ao ter sido convertido em propriedade: suas próprias vidas.
    No terceiro e último episódio, 20 anos depois, a luta se faz sobre o dilema de duas mulheres que planejavam ter um filho, um direito fisiológico de todo ser humano, porem convertido numa realização minada e carregada de preconceitos, por se tratar de um desejo despertado no cerne de uma relação homoafetiva. Uma preocupação que certamente deixa em evidencia um caráter de conquista quando se coloca em pauta, distintos conflitos vivenciados por este tipo de união.
    Em suma, o discurso que norteia o filme não se finda nos conflitos vivenciados pelos relacionamentos lesbianicos em tempos diferentes, mas a condição humana vista sobre o ponto de vista do cárcere, quando os sentimentos alheios são inibidos pelo preconceito, ainda mais quando são baseados sobre o principio de crenças religiosas, culturais, políticas e ideológicas, porque nesse caso, não só o terror pelo o que é “diferente” é enfatizado, mas o seqüestro do “eu”, a figura do ser escravizada pelos estereótipos determinados pela sociedade, o corpo enclausurado sofrendo a violência de não poder ir e vir, numa privação total de sentidos.
    Por conseguinte, com base no conteúdo estudado em sala de aula, cabe sobrepor que, a luta feminista ao longo da história, não se limita apenas no que diz respeito às questões trabalhistas, violência sexual, aborto e contracepção, mas assim como a película, faz um alerta: a importância de reivindicar e assumir a legitimidade da nossa natureza, uma vez que assim, resistiremos ao empobrecimento da alma quando atingida pelas limitações do outro, razão pela qual o homem vem adoecendo secularmente, provocando uma forma terrível de desolação, desespero e angustia causada pela agressão contra a identidade da pessoa, condenando-a a carência da liberdade.

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  4. A partir dos textos estudados e da amplitude do filme, pode-se destacar alguns pontos que são fundamentais para a compreensão do estudo de gênero:
    1) A inserção da mulher no mercado de trabalho foi uma alavanca para a transformação dos papeis de cada individuo na sociedade;
    2) O conceito de família se tornou mais amplo. O filme demonstra como era a sociedade e os direitos limitados da mulher e dos homossexuais;
    3) os textos abordados refletem a valorização da literatura de viagens para a pesquisa histórica;
    4) A participação feminina nas festas religiosas;
    5) Os vários espaços de sociabilidades;
    6) o controle social dos espaços de sociabilidade feminina;
    7) o novo uso político da maternidade nos corpos femininos: Higienização.
    8) A valorização da infância;
    9) As campanhas anti-alcoólicas;
    10) A diferenciação da sociedade nos perfis do que é ser homem e do que é ser mulher;
    11) O descaso colocado pelo filme com os homossexuais.

    As aulas da disciplina de gênero do curso de especialização em história Cultural proporcionaram uma maior compreensão das relações da mulher com os demais individuos inseridos na sociedade. O estudo de Gênero é fundamental não somente para os historiadores, porém a todos.

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  5. O fio condutor da narrativa me leva a alguns apontamentos que vão desde o óbvio
    ( relacionamentos homo afetivos) até alguns que aproximam -nos das histórias, retratando fatos nítidos na sociedade.
    A relação entre os relacionamentos e a sociedade mudou, alguns pontos de vista também, há acontecimentos existentes nas relações, independentemente se são hetero ou homo afetivas, permanecem.
    Como exemplo cito a familia (que nem ao menos visitava a tia) que resolve "invadir" a casa de sua tia em busca da herança deixada pela mesma.
    Entraram na casa ignorando o sofrimento de sua companheira, ignorando-a como uma pessoa que a amava.
    Isso é muito atual!Percebemos pontos que nos instigam e vemos como a sociedade muda em algumas coisas, mas ainda detém de tantas outras.
    Mas, tendo como foco o gênero, percebe-se as ilustrações iniciais do filme, que demarcam as datas e ao mesmo tempo nos situam dos acontecimentos, das marchas, das lutas femininas que foram se instaurando.
    Na primeira cena que ocorre na década de 60, as mulheres mantinham um relacionamento sigiloso, em que detalhes eram observados, um sapato masculino deveria haver na casa, uma cama para cada uma, enfim, buscavam retratar para a sociedade que eram solteironas e como amigas resolveram morar juntas, mesmo que muitos percebessem, mantinham afastada a ideia delas serem namoradas ou esposas.
    Não havia direitos, leis que permitiam uma união enquanto casal, sendo que uma ficaria sem nada mesmo tendo contribuido a vida toda pelos bens materiais.
    Mas isso vai além, ela não queria os bens, queria as lembranças, os momentos bons que viveram naquela casa e, de repente, vê-se impedidade de lutar por isso.
    Tendo na segunda parte do filme, um grupo de mulheres que querem seus direitos, assumindo a sua escolha sexual. Elas deparam-se com um conflito: outras garotas que querem lutar pelos direitos das mulheres mas excluem-se das lésbicas por não quererm ser enquadradas como tais.
    E ao mesmo tempo, elas mesmo excluiam uma garota por não se vestir como elas, tendo uma fala muito significativa no filme, que uma das garotas que vive o romance diz que a admira pois a outra sabe o que quer, que tem sua visão e quer seus direitos da forma que é. Retratando assim a separação que a sociedade faz do que é feminino e do que não é ( o que foi mudado por muitas pessoas, não são só mulheres que frequentam estética e salão de beleza, entre outras coisas).
    Enquanto na terceira parte elas não vêem como conflitante a sua relação com a sociedade, mas sim a realização de um desejo que já é possível a elas: da fertilização artificial, da possível adoção, para que possam assim se contituir enquanto familia.
    Percebe-se que alguns direitos foram alcançados pelas mulheres, pelas suas lutas e reivindicações.
    Alguns pontos vistos nos textos que gostaria de ressaltar que foram essênciais para a análise do filme são:
    - O papel da mulher na constituição de familia, quais sãos os seus deveres na casa, incluindo a maternidade.
    - A partir das décadas retratadas que iniciam as lutas femininas, principalemnte no segundo pós guerra,
    - A mulher passa a entrar no mercado de trabalho, ir às faculdades, passam a denunciar as violências sexuais, há o surgimento dos contraceptivos, que são mudanças que vão possibilitar essa visã diferenciada na terceira parte do filme.
    - O jogo de significados que há entre as décadas, os modos de vidas, as relações entre pessoas e familias, isso tudo ganha singelas mudanças que vão quebrando cada vez mais paradigmas.
    Outro ponto é a própria ciência, possibilitando casais lésbicos de realizarem o desejo da maternidade através da inseminação artificial.
    Enfim, foram alguns dados observados que relacionam as mudanças sociais com alguns acontecimentos retratados neste filme.

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  6. O filme "Desejo Proibido" mostra em sua narrativa diversos pontos que colocam em evidencia o papel da mulher ao longo da História na sua luta por autonomia, direitos sociais, políticos e sua legitimidade enquanto sujeito.

    É interessante notar que a historicidade demarcada no filme, através de contos cada qual em uma época distinta são permeadas por anseios e busca de uma autonomia que correspondem às necessidades de seu tempo e pela luta das mulheres por seus direitos.

    No primeiro conto, por exemplo, que passa na década de 60 tem em um casal de senhoras o drama da invisibilidade de sua relação. Da ausência de direitos, de reconhecimento frente a uma união de décadas, torna-se a quem era de direito detentora dos bens e do convívio na doença e em um momento posterior no cuidado com os procedimentos fúnebres de despedida da companheira, a uma mera coadjuvante. Sendo, a personagem principal nesse primeiro conto ceifada na escolha dos bens materiais, da casa hipotecada que ajudou a pagar, e, no preparo do funeral. O distanciamento fica evidente na medida em que o relacionamento das duas é sufocado no ambiente público, pois a mesma não tem nenhuma permissão para acompanhar a companheira enquanto a mesma está internada e depois no descaso no aviso do falecimento da mesma, e nem no ambiente privado, pois há toda uma tentativa de forçar aparências, de construir um relacionamento de duas idosas solteironas e amigas ao invés de um casal lésbico perante aos familiares distantes que chegam para cuidar daquilo que a lei nega em um uma época em que os direitos não são efetivados em sua esfera pública. A companheira não teria direito a nada, e a invisibilidade da relação homoafetiva é um recorte temporal e uma expressão da subalternidade da situação das mulheres que não eram casadas e não encontravam-se sobre a “tutela” de um marido na década de 60.
    No segundo caso a efervescência da década de 70 se dá no movimento hippie, das práticas culturais de sexo livre e experimentação, e se ambienta em um grupo de jovens universitárias lésbicas, porém se afirmando como a construção ligada a feminilidade e a afirmação de um corpo e comportamentos essencialmente femininos, tendendo a se afastar do estereótipo de lésbicas masculinizadas e com padrões e comportamentos masculinos. No terceiro e último conto já nos anos 2000 a problematização se dá na aspiração do exercício de sua sexualidade e na busca por uma constituição familiar introjetada no desejo de construir uma família através da concepção de filhos, ou seja, as personagens buscam pela inseminação artificial a construção de um novo arranjo familiar, um casal de lésbicas no papel de pais da criança, e um bebê com características genéticas buscadas e ansiadas com similares às mesmas. Já na contemporaneidade, há um suporte normativo que possibilita a reprodução assistida entre mulheres, uma exposição pública dessa relação, quando uma mulher busca os filhos na escola e pergunta se as mesmas pretendem ter filhos e no relacionamento próximo entre o casal e a médica. Há na esfera pública um reconhecimento da legitimidade da relação e uma possibilidade de procriação. Enfim, o filme mostra pontos interessantes abordados em sala de aula esquematicamente montado em épocas distintas que deflagra a situação pelos quais algumas das lutas femininas se pautaram ao longo das algumas décadas. Um retrospecto interessante visto de uma ótica e de necessidades essencialmente femininas.

    Tatielly Costa Lima.

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  7. O filme “If These walls could talk”, “Desejo Proibido” em português, é composto por três histórias que se passam em diferentes momentos históricos, retratando a realidade das lésbicas nos Estados Unidos e refletindo o momento social e político de cada uma delas.
    A primeira parte se passa na década de 60 (1961) e mostra um casal de professoras, que vivem juntas há muitos anos, mas sem o conhecimento público de seu relacionamento. Quando uma delas morre, vítima de um acidente doméstico, todas as dificuldades decorrentes da repressão e da falta de reconhecimento social e legal de seu relacionamento vêm à tona. A personagem de Vanessa Redgrave, Edith Tree, é impedida de se despedir de sua companheira e de tomar as providências fúnebres por ser apenas uma “amiga”, sendo completamente desrespeitada pela família de Abigail, que vende a casa na qual as duas passaram a vida juntas, que ela também ajudou a comprar. O trecho da diretora Jane Anderson apresentada um retrato claro dos problemas e impedimentos sociais, do preconceito e do grande tabu que era o lesbianismo antes das lutas feministas iniciadas na década de 1970.
    Na sequência, a diretora Martha Coolidge, apresenta um grupo de estudantes universitárias lésbicas que mora em uma república em 1972. Esse é o trecho com maior teor político do filme, pois representa o momento de surgimento dos movimentos feministas nos EUA, em conseqüência da onda de mudanças sociais, políticas e culturais trazidas pela “crise dos paradigmas” do final dos anos 60. Mostra-se um período inicial de forte afirmação da figura da mulher, quando elas “tornam-se visíveis”, ganham espaço e poder na sociedade e, em especial, na academia. Como reflexo disso, as lésbicas começam a deixar de se esconder, como acontece no início da obra, apesar de ainda encontrarem fortes oposições. Isso fica explícito tanto na resistência do movimento feminista criado pelas personagens dentro da universidade, de se ver “ligado” ao lesbianismo, como se o feminismo fosse algo diretamente relacionado a ele, de acordo com estigma disseminado no imaginário geral a partir de então. Outro exemplo, ainda, da persistência do preconceito e das resistências sociais é o conflito de identidade das próprias lésbicas, parte delas é mostrada no filme se vestindo com roupas masculinas, em busca possivelmente de uma maior aceitação. Isso, inclusive, entra em choque com a nova geração que não aceita tal postura, apesar de um certo receio das mesmas, ainda, de se assumir publicamente fora de seu ambiente cotidiano, no caso, a universidade. Nota-se, assim, que estas mulheres são representadas em um momento de transição do processo absolutamente repressor do passado, para uma realidade que apresenta um horizonte de maior liberdade de direitos e expressão no futuro, simbolizado pelas jovens estudantes.
    (Continua)

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  8. A parte final, dirigida pela atriz Anne Heche, mostra com bastante humor sua visão da realidade atual (no ano de 2000) do lesbianismo nos EUA, como “resultado” da afirmação social e do respeito conquistado após todo o sofrimento e toda a luta das mulheres e, especialmente, das homossexuais nos últimos anos, principalmente a forte resistência feminina nos anos 80. Apresenta a história de um casal em um relacionamento bastante estável, que quer ter um filho e busca das mais variadas maneiras um caminho para conseguir seu objetivo. A intenção, aqui, é mostrar de forma positiva, como o homossexualismo tornou-se aceito e respeitado socialmente, em clara e diametral oposição à repressão existente na primeira parte do filme. O casamento legalizado e a intenção de ter um bebê são aceitos por todos, sendo que a última é, inclusive, incentivada, de modo que as barreiras existentes anteriormente parecem ter sido destruídas por completo.
    Com exceção do tom em tanto idealista do filme e o foco concentrado na sociedade norte-america de elite, a obra pontua importantes momentos da luta feminina e dos homossexuais na segunda metade do século XX. A trajetória histórica do passado reprimido, do momento de transição da virada e da quebra de paradigmas e do sucesso que essas lutas tiveram, visto na atualidade, apresentam o surgimento de uma pluralidade de possíveis novos olhares. Trata-se de uma perspectiva bastante otimista do crescimento das discussões sobre gênero não apenas nos EUA, como em todo o mundo, apesar das realidades muito distintas desse ideal representado no filme, em outros países e culturas.

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  9. Desejo Proibido
    A homossexualidade em diferentes tempos tem fatos marcantes e evolutivos. Na década de 60, esses relacionamentos não eram assumidos perante a família e eram pouco aceitos pela sociedade. O filme conta a história de casais lésbicos relatando a vida homossexual de duas senhoras e a cumplicidade entre ambas. A morte de uma delas traz à tona o sofrimento de ter que inicialmente conviver, sozinha, com a dor da perda e a dificuldade de se reivindicar os direitos que todo casal heterossexual tem diante da morte de seu companheiro.
    O sobrinho de sua ex- companheira passa a reivindicar os bens, que segundo ele, eram de sua tia. A partir desse ponto, o filme mostra a dificuldade de se garantir os direitos adquiridos em uma relação não aceita perante a sociedade e a lei.
    Na década de 70, o filme conta a história de um grupo de amigas que foi expulso de determinado grupo da faculdade por serem lésbicas. As amigas passaram a freqüentar locais específicos e certos grupos se caracterizavam. Algumas mulheres se vestiam de forma masculinizada enquanto outra parcela se mostrava mais feminina.
    Já nos anos 2000, foi mostrado um casal de lésbicas que queriam constituir uma família, ou seja, gostariam de ter um filho. A relação homossexual passou a ser mais aceita pela sociedade. Esse casal procurou homens com determinadas características em um banco de esperma. Após algumas tentativas, uma delas consegue engravidar, iniciando-se assim uma nova etapa em suas vidas.
    É relevante ressaltar a importância das lutas feministas e os progressos alcançados no tempo, como o aumento da atuação da mulher no mercado de trabalho, o número crescente de mulheres freqüentando universidades... A disciplina de gênero ampliou a compreensão sobre lutas feministas diante de questões importantes na constituição da identidade da sociedade. Com o passar dos anos, o conceito de família se estendeu e modificou. A legislação passou a abranger e considerar como família casais homossexuais possibilitando maior segurança e estabilidade a eles.

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  10. O filme "Desejos proibidos" é uma representação resumida da história do homossexualismo feminino no Estados Unidos. O filme é dividido em três conflitos em épocas distintas e com preocupações distintas. O filme começa uma história na década de 60 e vai fazendo recortes até o ano 2000. Se encaixa muito bem na disciplina de gênero não só porque trata de mulheres, mas também porque tratar de relações familiares entre outras temáticas que engloba o filme, além do amor entre mulheres.
    A primeira História se passa no inicio da década de 60, um casal de senhoras não vivem um relacionamento estável, duradouro e feliz. No entanto não assumido, até porque o contexto histórico da época era ainda das boas esposas. Mas essa época já se começaria vir a tona as relações entre mulheres, prova disso era o filme que estava passado no cinema, onde as duas senhoras estavam ao começam o filme. Porém aquilo para as pessoas era apenas ficção enquanto para Abby e Edith era linda e maravilhosa realidade até o dia em que Abby sofre um lamentavel acidente houve todo um descaso com Edith que fez de tudo para esconder a união entre as duas para os parentes da falecida. E toda uma vida foi desfeita em um passe de mágica. Ela não teve direitos sobre os bens que eram dela e de sua amada, como se não fosse o suficiente a dor que sentia, veio também toda a desconstrução do seu lar.
    Na segunda história, se passa 11 anos depois já é evidenciado a auto afirmação dos grupos, junto a afirmação de grupos a exclusão. Ai era toda efervescência das lutas feministas, do lesbianismo assumido. Aqui podemos ressaltar que as lutas acontecem principalmente dentro das universidades, com muitos anseios, mas garra e determinação. E com um romance entre garotas que teve que superar o preconceito de si .
    Após várias lutas das mulheres, do direito de uma relação homoafetiva, parecia que tudo já estava resolvido no entanto um casal de mulheres já no ano 2000 decide ter um filho, de uma forma hilária as preocupações de uma família diferente do convencional. Fazem uma inseminação artificial, mas ainda temem o futuro de uma criança que pode ser vitima de preconceito em pleno século XXI.
    Enfim foram apenas alguns apontamentos, do que poderia ter se tornando uma analise mais extensa o que não é o caso. Mas o filme mostra o contexto dos norte americanos o que se difere e muito Brasil que só agora depois de 11 anos conseguiu sancionar uma lei homoafetiva. Através do filme foi possível "sentir" (principalmente a primeira história) que o quão dolorosa e maldosa é a sociedade. E importante ressaltar a mentalidade das pessoas que acham que um casal hetero vivem mais o amor do que os casais homo. Então para finaliza minha escrita uma frase do Lulu Santos: "Consideramos justa toda forma de amor".

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  11. O filme “If These walls could talk”, traduzido por “Desejo Proibido”, aborda questões envolvendo a homossexualidade feminina na conjugalidade, maternidade, em relações de violência, na luta por reconhecimento de cidadania e de direitos sexuais. Esses temas perpassam diferentes épocas em que predominavam diferentes olhares para a cidadania lésbica e diferentes formas de lidar com a conjugalidade entre pessoas do mesmo sexo.
    O filme ainda trata sobre a visibilidade e a invisibilidade das relações homossexuais, e mostra que, na verdade, essas relações sempre existiram, a diferença sempre esteve na forma como foram concebidas pela sociedade.
    Mais do que considerar o filme como um resgate histórico da trajetória da luta feminina e homossexual que se desenrolaram principalmente na segunda metade do século XX, é preciso atentar para a compreensão de que tudo se trata de uma construção histórica, incluindo o comportamento humano.
    Os estudos de gênero podem colaborar com a História Social, uma vez que consideram essa premissa (PINSK, 2009).
    As três histórias, elegidas sob uma mesma temática, mostram, contudo, que os problemas vividos pelas personagens são diferentes em cada época, porque os problemas são reflexos da cosmovisão e das ideologias imperantes nos determinados tempos históricos. O que quer dizer que Edith e Abi talvez nem pensassem o quanto seria bom ter um filho, talvez até mesmo a elas soaria absurdo. Ou mesmo que o casal de lébicas dos anos 2000 nunca passariam pelo mesmo constrangimento frente a família ao resguardar os direitos de um dos parceiros diante do falecimento do outro.
    Mudam-se as leis, evolui-se as tecnologias, reconhecem-se novos direitos, e com tudo isso o olhar da sociedade também se modifica, fazendo com que as relações humanas sejam recriadas sob diferentes moldes.
    Os estudos de gênero permitem não apenas compreender as experiências masculinas do passado e as experiências femininas do passado, mas estabelecer a conexão entre a história passada e as práticas históricas presentes. E ainda, possibilita a análise de como se dá as relações sociais humanas, de como elas foram construídas; de como o gênero dá sentido à organização e a percepção do conhecimento histórico (SCOTT,1995).

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  12. Gênero e Representações - Filme: Desejo Proibido

    O filme Desejo Proibido fornece rico material para propor reflexões que abordem temas ligados a homossexualidade feminina e ou relações homo afetivas. Abordando um mesmo tema problema a produção cinematográfica diversifica e com isso permite o aprofundamento em uma série de questões que envolvem relações consideradas e estigmatizadas como “anormais”. Explorando as vivencias cotidianas, o filme parte para assuntos envolvendo família, parentesco, bens materiais, direitos, deveres, afirmações, preconceitos, dificuldades e silêncios, multiplicidade em que se encontra diversos graus de complexidade. A começar pela consolidação de um modelo do feminino perversamente construído político e socialmente por meio do quesito: sexualidade. O modelo ideal de mulher expressa: passividade, dedicação a família e a maternidade, aquela que cuida do lar, de seus filhos e de seu marido. O filme traz vivencias humanas que traduzem contextos históricos e temporalidades diferentes apontando para uma “quase” evolução, ainda que camuflada, de manifestações homoafetivas e seus problemas, suas lutas, sonhos. Reconstruções de vidas humanas apontadas a partir de pontos de vista, concepções, escolhas e “recortes” que interessam a produção do filme.
    A incorporação da abordagem de gênero aos estudos históricos demanda uma busca exigente e crítica de estudos, pesquisas e analises. Na expectativa de se produzir conhecimentos que visam à ampliação da consciência, os estudos de gêneros, e neste caso da mulher vêm ao encontro da proposta de promover a reflexão em torno das diferenças e aceitações. Esta nova visão partiu das lutas e exigências, bem como, pelas conquistas dos novos espaços ocupados pela mulher, principalmente no mercado de trabalho.
    Considerando que se trata especificamente de questões homoafetivas vale ressaltar que estamos debruçando sobre temas duplamente complexos: Mulher e homossexualidade. Neste diálogo percebemos a importância do reconhecimento da alteridade, de pensar o outro respeitando diferenças e superando preconceitos. Partindo da reflexão proposta no texto O Corpo Educado – Pedagogias da Sexualidade de Guacira Lopes Louro a agressividade das manifestações contrárias a homossexualidade vem sendo construída ao longo do tempo e se pautam na afirmação de que estas relações não condizem com a normalidade, ou seja, o ser heterossexual. Segundo Louro (2001), nos instantes em que constroem afirmações e modelos também são usados para se instalar aversões e preconceitos, diz:
    As coisas se complicam ainda mais para aqueles e aquelas que se percebem com interesses e desejos distintos da norma heterossexual. A esses restam poucas alternativas: o silêncio, a dissimulação ou a segregação. A produção da heterossexualidade é acompanhada pela rejeição da homossexualidade. (Louro, 2001: 27).
    Dessa forma, concluímos que o rompimento com as amarras das construções culturais e morais acerca das representações de gênero estão longe em assumir diversificações, ainda nos deparamos com a rigidez em aceitar diferentes identidades. O filme “Desejo Proibido” certamente contribuiria para repensar atitudes, se não estivesse restrito a um numero pequeno de indivíduos, o que prevalece na intimidade das relações homossexuais é o medo em assumir suas identidades e lidar com o preconceito. As tramas apresentadas no filme revelam relações afetivas intensas calcadas nas mesmas procuras dos casais heterossexuais, que é o amor, o respeito, o companheirismo, a família. A conscientização pela mídia certamente contribuirá para o enfrentamento e a superação dos graves problemas que afetam esta parcela da sociedade.

    Maria Cristina Lopes
    História Cultural

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  13. Desejo Proibido (If The Walls Could Talk 2, 2000) é um filme estadunidense dirigido por Jane Anderson, Martha Coolidge e Anne Heche. Dividido em três segmentos, conta a história de mulheres lésbicas em três épocas e universos distintos, nos Estados Unidos.
    A primeira história se passa em 1961. Edith Tree (Vanessa Redgrave) vê sua parceira de 50 anos Abby Hedley (Marian Seldes) morrer de infarto. Neste segmento do filme, podemos perceber mais fortemente dois grandes problemas enfrentados pelos casais gays: a não aceitação da sociedade e dificuldades legais de uma união estável.
    Ainda no hospital, Edith Tree é vista como uma “solteirona” pela esposa de um paciente em estado grave – que diz para a primeira que pelo menos ela não vai passar pela situação de perder um marido. Depois, é impedida pelos funcionários do hospital de visitar sua parceira, visto que apenas familiares podem permanecer no quarto.
    Após a morte de Abby, Edith não pode nem mesmo retirar o corpo da companheira. Para isso, recorre a um sobrinho da falecida. O familiar viaja para a cidade de Edith e Abby acompanhado da esposa e da filha. Eles são indiferentes ao sentimento de Edith com a perda de Abby e apenas se preocupam com as questões legais da situação.
    Em uma seqüência, Edith retira da casa todas as fotos que “denunciam” a relação de casal entre ela e a recém-falecida e, com a visita dos familiares de Abby, vê grande parte dos bens de sua parceira ser retirados da casa por aqueles que os vêem como seus novos donos por direito.
    Além disso, Edith passa a sofrer da ameaça de ficar sem lugar para morar, visto que a casa está no nome de Abby (devido à ausência de respaldos legais para uniões estáveis de homossexuais). Situação que deixa Edith “amarrada” tanto legalmente, quanto socialmente – visto que ela não expõe a relação existe entre as duas. Visto a época, parece ser uma medida adotada para se preservar moralmente, assim como para preservar a memória de sua amada perante a família.
    A segunda história se passa 9172. Quatro amigas lésbicas universitárias são expulsas de um grupo feminista. No caso delas, mesmo com a explosão dos movimentos feministas, a situação é de dupla subjugação social. São mulheres e homossexuais.
    No entanto, uma dessas amigas – Linda (Michelle Williams) – conhece Amy (Chloë Sevigny) num bar gay e começa a enfrentar preconceito de suas próprias amigas. Isso porque Amy é uma lésbica que se veste como homem e, nos olhos das amigas de Linda, age como um homem, como o ser masculino da relação.
    Os atos de Amy são condenados e ridicularizados pelas amigas, pois essas os vêem como uma submissão da mulher lésbica ao machismo, ao modelo masculino. Apesar disso, Linda resiste ao descontento das colegas e opta por seguir no relacionamento com Amy.
    Linda consegue enxergar na nova parceira outro tipo de segurança e posicionamento quanto à sexualidade. Amy se sente bem ao agir de maneira masculinizada e Linda acaba sendo obrigada a despir-se dos estereótipos do ser mulher e ser lésbica. Ao final, num momento de reconciliação com Amy, Linda afirma não ter vergonha da nova parceira, mas sim de si mesma e de seus preconceitos.
    (...)

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  14. (...)

    A última história se passa em 2000 e narra a tentativa do casal Fran (Sharon Stone) e Kal (Ellen DeGeneres) em conseguir um bebê. As duas recorrem a um banco de esperma para que consigam engravidar Fran.
    Novamente, abre-se uma discussão quanto aos direitos legais dos homossexuais e o conceito de família. Além disso, é bastante forte neste segmento do filme uma discussão sobre a educação da criança neste novo contexto familiar. Apesar desta história se passar no último ano do século XX, percebe-se que ainda existem muitas barreiras legais e morais para a aceitação de relações estáveis entre homossexuais na sociedade estadunidense.
    Naturalmente, é perceptível uma evolução social em relação às outras histórias. Aliás, a própria personagem Kal afirma (em uma conversa com a parceira) perceber uma evolução do mundo (e fala não apenas das questões e bandeiras homossexuais especificamente, mas de um modo geral das relações sociais).
    Essa mudança pode ser vista até mesmo na relação das duas com outras pessoas de fora do seu círculo social, como uma médica e uma funcionária do banco de esperma. Diferentemente das duas histórias anteriores, não há manifestações claras de preconceito para com o casal homossexual.
    Portanto, o filme como um todo consegue um bom olhar sobre algumas questões que marcam a luta dos movimentos feministas e homossexuais no decorrer da história recente dos Estados Unidos (podendo ser aplicada a outras nações, evidentemente). Três históricas ficcionais entrecortadas por cenas de caráter documental que registram a história desses movimentos na segunda metade do século passado.

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  15. Todos os problemas vividos nas três histórias do filme if these walls could talk 2, são comuns no cotidiano exceto pelo fato de que os parceiros são mulheres, que dividem sua sexualidade, na primeira história, quando Edith sofre preconceito no hospital que a desautoriza de ficar com a companheira por não ser considerada da família, ou quando perde tudo para os herdeiros de Abby, fica evidente que naquela época este assunto era tabu, o que demonstra a forma como Edith resigna-se frente aos problemas enfrentado na trama,pois havia falta de estudos e abertura para tal assunto, como cita Samara (1997, p.106) “Poucos são os estudos que analisam a masculinidade, bem como a homossexualidade, deixando de revelar as pluralidades dos femininos e dos masculinos.)”
    No segmento que se passa no ano de 1972, uma feminista, é expulsa juntamente com outras três amigas de um grupo de mulheres da faculdade, pelo fato das quatro serem lésbicas. Neste episódio fica evidente que o local não faz necessariamente a diferença, apesar da efervescência dos movimentos femininos, havia preconceito social e institucional, pois as mudanças no processo histórico leva tempo para serem assimiladas e aceitas pela sociedade, mesmo em uma faculdade onde há uma abertura de mentalidades, onde a mudança não esta excluída, mas sim vivenciada de diferentes formas,onde haja aceitação da pluralidade de vivências, diante da teia de relações cotidianas e suas diferentes dimensões de experiências,este processo tem suas limitações.
    No segmento de 2000, Fran e Kal são duas lésbicas que para realizar o sonho de ter um bebê só delas. Vão ao banco de esperma na esperança de encontrar um doador e enfrentam uma maratona para realizar tal façanha. Na atualidade com a abertura da sociedade para novos modelos de famílias onde se agrega a sua família a família do parceiro e os filhos se vêem obrigados a se adaptarem a nova realidade familiar, nesse contexto social os casais homossexuais terem filhos é uma realidade posta, diante das mudanças aceleradas dos comportamentos humanos.
    As abordagens que incorporam a análise do gênero tem revelado um universo de tensões e movimento com toda uma potencialidade de confrontos, deixando entrever um mundo onde se multiplicam formas peculiares de integração-diferenciação, permanência-transformação, onde a mudança não está excluída, mas sim vivenciada de diferentes formas. (SAMARA, 1997, P.104)
    Sempre houve tensões nas abordagens que envolvem gênero, os relacionamentos entre homens e mulheres nunca foram pacíficos, e esta nova modalidade de casamento entre iguais, são transformações reais do nosso cotidiano.
    Diante da tessitura das historias elegidas no filme, nota-se que houve uma evolução significativa do tema, que no inicio da trama era tabu, na década de 70, as mulheres já se expunha em publico timidamente e no sec. XXI com a nova história que veio para contar a história dos excluídos, muitos grupos ganham visibilidade e leis que regulamento as relações, esse grupo específico se organizou e ganhou visibilidade.

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    1. O filme "Desejo Proibido" retrata de forma clara o interesse e ao mesmo tempo chama a atenção para a descoberta de outras histórias no que diz respeito ao funcionamento da família, o papel e a disciplina da mulher. Discussão que ganhou evidência e possibilitou às mulheres a entrarem em cena na década de 1970. A produção cinematográfica estabelece uma relação com a categoria de gênero e representação no sentido de refletir a dimensão dos comportamentos feminino e masculino como abordagem útil de análise. As referências culturais, ou seja, os símbolos, os jogos de significação e os conceitos permitem definir a função do indivíduo na sociedade, mesmo com suas diferenças. A narrativa se divide em três momentos: em 1961, 1972 e 2000. O filme é uma produção estadunidense que aborda o cotidiano e conflitos de relações que possuem um elementos em comum: a história de mulheres homossexuais. Estas histórias traz à tona as reivindicações das mulheres, possibilita pensar as lutas feministas, e busca um olhar para a trajetória da mulher no seu espaço em sociedade e nos faz perceber também a dimensão do tema no âmbito político e cotidiano, ou seja, as transformações da sociedade. O filme propõe pensar a mulher e o outro, as relações que permeiam a vida social e em família. Por isso, o conceito de gênero é importante e requer atenção ao discuti-lo. Segundo SCOTT o termo "gênero", além de um substituto para o termo mulheres, é também utilizado para sugerir que qualquer informação sobre mulheres é necessariamente informação sobre os homens, que um implica o estudo do outro. Essa utilização enfatiza o fato de que o mundo das mulheres faz parte do mundo dos homens, que ele é criado nesse e por esse mundo masculino. (1995, P.75) Com isso, percebe-se a que a função do outro é dada socialmente, culturalmente e historicamente. O filme propõe além de tudo, pensar a relação entre os sexos e seus significados na vida social.

      Roberta Ribeiro

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  16. Desejos Proibidos, título original: (If The Walls Could Talk 2)
    Direção: Jane Anderson, Martha Coolidge, Anne Heche
    Atores: Vanessa Redgrave, Marian Seldes, Jenny O'Hara, Marley McClean.
    Três histórias sobre lesbianismo, que acontecem na mesma casa. No segmento de 1961, Abby (Marian Seldes) morre de derrame e Edith (Vanessa Redgrave), que foi sua companheira por 50 anos, tem de silenciosamente enfrentar a perda e também o fato de não ser considerada da família, tanto pelo hospital quanto pelos herdeiros de Abby. No segmento de 1972, Linda (Michelle Williams), uma feminista, é expulsa juntamente com outras três amigas de um grupo de mulheres da faculdade, pelo fato das quatro serem lésbicas. Tentando esquecer o problema, as amigas vão para o único bar de lésbicas na cidade, onde Linda conhece Amy (Chloë Sevigny) e, apesar da desaprovação das suas amigas, acaba se apaixonando por ela. No segmento de 2000, Fran (Sharon Stone) e Kal (Ellen DeGeneres) são duas lésbicas que querem ter um bebê, mas querem que o filho seja só delas. Assim, vão ao banco de esperma na esperança de encontrar um doador e enfrentam uma maratona para ver seu sonho realizado.
    Pensar esse filme como fonte para entender como funciona as relações sociais, é dos interesses dos historiadores preocupados em entender os grupos que estiveram a margem da historia na qual conhecemos, marginalizados em processo de construção de suas vidas, tendo que viver sob o estigma da sociedade patriacal, hetero, enfim conservadora. E
    Esse filme traduzindo seu titulo ao pé da letra, temos algo do tipo: “se as paredes falassem”, o titulo vem mostrar o cotidiano desse sujeitos que tem prazer em estar com pessoas do mesmo, e compartilha toda uma estrutura de sentimentos, tão comumente creditada a casais heteros. Quantas historias acontecem dentro de casa, e muitas das vezes são interpretadas de maneira preconceituosa, como bem mostra o filme em seu enredo, onde essas mulheres querem ter uma vida “comum”, mas se vêem proibidas de ser tratadas como sujeitos, que pagam seus impostos, e que leva uma vida simplesmente humana, assim como os demais, que insiste em demonizar, excluir, pessoas que amam outras pessoas do mesmo sexo. No seio dos estudos de gêneros, há uma vasta discussão sobre as relações homoafetivas, abrangendo camadas da sociedades que tem muito para contribuir para entender o processo histórico social, no qual damos uma atenção valiosa como historiadores.
    Pesquisando sobre esse filme, encontrei uma serie de outros filmes que tratam de relações homoafetivas, e é interessante ressaltar que são produções européias, e esse uma produção estadunidense, que tem em seu curriculum, a solidificação da família nuclear, hetera, e para completar traz grandes nomes de Hollywood, para compor os personagens com conflitos pessoais, indo contra todo o discurso que fomos acostumados a ver nas telas de cinema, mais é claro um filme com essa temática provavelmente não entraria em cartaz, devido as abordagens em seu enredo, mostrando ainda que muitos de nois não estamos preparados para aceitar relações homoafetivas, camuflando o preconceito, com a seguinte idéia, não tenho nada contra deste que não seja comigo e que não aconteça na minha família, assim levamos com a barriga, o problemas que gays, lesbicas, travestis e afins enfrentam para sobreviver em sociedade repressoras que insiste em formar idéias preconceituosas sobre amores de pessoas do mesmo sexo, parafraseando Caetano Veloso, fecho essas idéias “toda forma de amor vale a pena”.
    ROSANA PRUDÊNCIO

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  17. O filme traz como objeto de reflexão casais de mulheres lésbicas em três temporalidades distintas com diferentes problemáticas acerca das relações homo-afetivas que acompanham e acompanharam as transformações da sociedade.
    A primeira história passa na década de 60, em que com a morte de sua parceira, a protagonista se vê totalmente desprotegida pelos direitos da comunhão civil, ou seja, o matrimônio, ao passo que para os olhos da sociedade e da lei, a relação das duas não passavam de uma grande amizade. Ao mesmo tempo que a atriz tem que lidar com a perda da sua companheira, a família da falecida tem uma única preocupação e interesse, que é reaver os bens patrimoniais deixados. O que se pode notar é que nesse período os casais homossexuais são invisíveis para a sociedade.
    A segunda narrativa, por sua vez, se realiza no início dos movimentos feministas (1972), em que um núcleo embrionário de ideais de valorização das mulheres no mercado de trabalho e sociedade se disseminam entre jovens. Até o momento as reivindicações não atendiam ao grupo das lésbicas, porque o que estava em questão naquele período era o direito à cidadania e trabalho, e não opção sexual. Assim, o filme se desenvolve pela trama romântica de um casal homossexual que sofre preconceito entre o próprio grupo, que não admitia lésbica com características masculinas, uma vez que suas lutas estavam na distinção entre homens e mulheres. Ser lésbica significaria gostar de outra mulher, e não de uma mulher com singularidades masculinas.
    O último enredo, não menos importante e já mais próximo da contemporaneidade, demonstra que a preocupação já não é mais a aceitação e sim, a necessidade da constituição de um núcleo familiar completo, em que a maternidade esteja entre as questões centrais das relações homo-afetivas. Para tanto, acompanha-se com as protagonistas toda a sina em se realizar uma reprodução humana por meio da inseminação artificial, desde a escolha do “pai” através das características físicas, comportamentais e hobbies, as várias tentativas em vão até o teste de gravidez.
    Nota-se que a trilogia demonstra claramente as transformações ocorridas nas relações homo-afetivas femininas ao longo do tempo. De acordo com a teoria aplicada em sala de aula e relacionando-a ao filme, podemos contastar que as mulheres tornaram-se objetos da pesquisa histórica a partir do movimento feminista que atribuiu uma dimensão política ao privado e que temas relacionados à maternidades, ocupação, casamento/patrimônio, corpo (ritos de passagem) deram visibilidade a experiência feminina à historiografia, tão bem exemplificada no filme.

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  18. A categoria de análise “ Gênero”, tornou-se pioneira nos Estados Unidos , motivada tanto pelos movimentos femininos, como pela discussão dentro das Universidades. Foram introduzidos novos objetos de pesquisas, novos temas, novas preocupações. Os vínculos afetivos eram relacionados quase instintivamente na relação somente entre heterossexuais.
    Tratar dos assuntos da mulher , revelou o aumento das obras publicadas sobre este tema, ampliação dos trabalhos acadêmicos, e ainda sua representação no âmbito público, sobre a história das mulheres : suas ações, seus direitos, seus sentimentos, seus desejos.
    As transformações da sociedade : vem sendo construídas, advindas com o rompimento do caráter fixo e permanente posições antagônicas e dualista: masculino X feminino, superior e inferior, vítimas ou guerreiras (visto em sala de aula). Mudam os conceitos de família, as atribuição das obrigações da mulher nos cuidados domésticos e da famíliae a a concepção de maternidade e casamento. Leis foram modificadas, discussões ampliadas e a exposição do assunto no cinema e na mídia.
    O filme avaliado a seguir, retrata o relacionamento afetivo entre mulheres e as mudanças ocorridas nas relação pessoais homoafetivas e as implicações nas redes familiares e aos olhos do restante da sociedade .
    O filme analisado, Desejo Proibido (If The Walls Could Talk 2, 2000) , dirigido por Jane Anderson, Martha Coolidge e Anne Heche.., narra situações diversas de relações homossexuais entre mulheres em épocas distintas. Podemos através das situações retratadas nas duas primeiras historias, evidenciar que entre a década de sessenta e setenta, foi palco de grandes transformações da sociedade e, principalmente no comportamento feminino, de uma situação de retraimento a uma maior motivação da exposição das novas conquistas femininas. Estas mudanças foram motivadas primeiramente pela ampliação do número de mulheres no contexto educacional. O aumento do nível de instrução, seguido pela ocupação da mulher no mercado de trabalho e participação da mulher na guerra, trouxe sua experiência no ambiente público e sua independência econômica, e conseqüentemente segurança para defender seus direitos em relação aos homens, tanto de igualdade de direitos, debatido nos movimentos feministas, como também de liberdade de representação dos sentimentos. Neste período as conquistas têm objetivos diferentes, uns relacionados a questões econômicas e políticas, e outras sentimentais. Assunto tratado na obra de Scott( 1995) e Pinsky( 2009)...

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  19. ...Na terceira história, notamos a estabilidade financeira possibilita a estruturação de novos conceitos, podendo assumir a maternidade por vias que dispensam o ato sexual, ora pela inseminação artificial, ou adoção. Situações que se tornam realidade , possibilitados pela ampliação do conceito de família, e ainda pela legalização da união homoafetiva. No entanto , estes procedimentos artificiais de fecundação , são caros, e em questão a adoção passam por analise que selecionam não só a questão econômica como moral na visão religiosa, onde a família se constitui ainda por pai e mãe, limitando o acesso a grande parte das interessadas.
    Mesmo que as situações retratadas no filme sobre o lesbianismo, apontam para uma realidade de naturalidade nos EUA em relação ao homossexualismo, percebemos que ainda é um assunto tratado com certo constrangimento, principalmente no ambiente familiar e de trabalho, principalmente em países ligados a cultura tradicional.
    Nota-se que todas as três histórias retratadas, o convívio com parentes não era presente, e o constante olhar de estranhamento dos vizinhos. Os que asseguram não ter preconceito, se contradiz no instante que demonstram preferiam não dividir esta situação em sua vida. A rejeição aos homossexuais pela própria família tem sido a causa de grande parte dos suicídios entre jovens, pois esperavam deles um comportamento ligado as normas que estabelece a heterossexualidade a única relação concebida como : normal, natural, universal”.. A construção de uma nova identidade sexual e desejos reprimidos , quebram os contornos e demarcações de fronteiras, em que as representações atribuindo as mulheres como o segundo sexo, e os gays e lesbicas como os desviantes. Novas representações surgiram com marcas de identificação relacionado ao modo de vestir. Assunto tratado por Louro( 2001) e Scott em várias obras.
    Os bons casamentos dos filhos, retratados por Priore ,( Ao Sul do Corpo), sobre a situação da mulher no Brasil Colonial ainda é uma realidade atual em boa parte das famílias. Filhos atraentes e inteligentes são expostos como vitrine para um arranjo matrimonial, almejando ascensão econômica e social, atribuindo ao homem o sustento da família, e a garantia de um bom padrão de vida.

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  20. A primeira história nos anos 60,marcando o início da História das Mulheres,ambas silenciando o desejo de estar juntas,a repressão,o não reconhecimento social de Abby e Edith.A segunda anos 70,a busca de cidadania,a movimentação e organização de movimentos homossexuais e sociais,buscando respeito e igualdade,afirmação da figura feminina e desconstrução do masculino,trabalhado com Linda e Amy.Já nos anos 2000,o filme fala do conceito de família,casamento,das transformações da sociedade,o significado dos fatos,lutas e gestos cotidianos,o mercado de trabalho,as representações,o casal Fran e Kal: filhos,educação e cidadania.Desejo proibido,filme dividido em 3 épocas distintas,um espiral histórico abordando as lutas feminina e homossexual,relações humanas recriadas,rompendo dicotomias,trajetória cultural,a relação entre sexos e seus significados na vida social.
    Solange Amarilla

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  21. Desejo Proibido (If The Walls Could Talk 2, 2000) é um longa norte americano dirigido por Jane Anderson, Martha Coolidge e Anne Heche.O filme relata três tempos diferentes em um mesmo espaço e um mesmo problema. As histórias exemplificam a luta homossexual pela legitimidade de sua relação diante da sociedade e luta por direitos legais.
    Desejo proibido é um grito de protesto das minorias homossexual diante da sociedade, exposta em três períodos distintos, mas que se mostra conservador em todos eles. É uma voz que questiona o que é ser mulher e o que é ser homem as implicações desse “ser” assumido dentro de um contexto politico conservador.
    As particularidades do que é atribuído ao que é ser homem e ao que é ser mulher e como essas atribuições vão se formando constitui a hierarquia de gênero. O masculino como o provedor e mantenedor da casa e da família, aboli a possibilidade da mulher (s) de se manter independente da figura do homem não só financeiramente como também socialmente, mediante aos olhos da sociedade e da ética cristã. Com isso a possibilidade da formação familiar (pais e filhos) é reprovada. (Exposição no filme)
    Essas categorias normatizantes, feminino e masculino, são estabelecidas ao longo do processo histórico social, dentro das escolas, igrejas, e outros grupos sociais. Dentro das três histórias expostas observamos as dificuldades encontradas em desenvolver e constituir uma “vida normal” mediante a exclusão e a discriminação em função desses padrões estabelecidos . Na sequencia das três histórias reconhecemos como se dá o processo de conquistas politicas e sociais e a aceitação por parte dos grupos que integram o meio de vivencia das personagens. O recorte feito entre as quatro décadas demonstram as conquistas e as reivindicações vigentes na atualidade por esse grupo.
    Ana Lúcia

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  22. Identidade de gênero é uma construção subjetiva baseada na cultura acerca do gênero. Relaciona-se à construção do self e do auto-conceito: como a pessoa se vê no mundo e com o que ela se identifica, a que categoria ela avalia/percebe que pertence. Papel de gênero é um conjunto de regras, normas, condutas e valores sociais atribuídos à pessoa de acordo com seu sexo. Padrões ou regras arbitrárias que uma sociedade estabelece para seus membros e que definem seus comportamentos. O que é adequado ou inadequado para homens e mulheres em determinada sociedade. Dividem-se em: Masculino e Feminina. O tema da sexualidade tornou-se obrigatório nos parâmetros curriculares nacionais do Brasil, devendo ser tratado como um tema transversal. Assim, a sexualidade não é mais um tema exclusivo das aulas de Biologia, mas deve ser trabalhada em todas as disciplinas e é um instrumento importante para diversas áreas do conhecimento. Essa mudança de paradigma implica discutir todos os aspectos da sexualidade, inclusive as novas identidades sexuais e de gênero tais como corpo, gênero e sexualidade. A sexualidade vem sendo, cada vez mais entendida como um fenômeno cultural, que possui historicidade, e que é moldado por influências econômicas e políticas. Influências estas que, quando se pensa em projetos de educação e de prevenção, jamais podem ser esquecidas. O filme DESEJO PROIBIDO trata- se de histórias traçam um interessante panorama das percepções sociais acerca do lesbianismo, desde a época em que se tinha de viver às escondidas, até os tempos atuais, que sinalizam para a aceitação de famílias formadas por pais homossexuais. O primeiro casal a residir na casa são as maduras Abby e Edith e sua história parte corações ao tratar de alguns problemas decorrentes das relações homossexuais “invisíveis” para a sociedade, especialmente para os familiares dos casais. Na cena inicial deste epsódio, o par está no cinema assistindo a Infâmia (que enfoca a barra-pesada de se descobrir homossexual naqueles tempos. Pela emoção de Abby e Edith, vemos que as coisas não têm sido nada fáceis para elas também. O filme dá indícios de que ambas foram isoladas de seus círculos sociais, e mostra com bastante crueza o preço que se paga por isso. Quando Abby se acidenta e morre, Edith tem outros problemas a enfrentar, além da dor da perda de sua companheira, já que os parentes de sua amada, que nunca as reconheceram como um casal de fato (apesar da longevidade da relação), fazem de tudo para afastá-la definitivamente. Como parceira não reconhecida de Abby, Edith não pode ficar no quarto do hospital ao lado da companheira, não por acaso, antes de cada um dos três episódios, há uma bonita colagem de cenas documentais mostrando alguns dos mais importantes momentos da história do lesbianismo.

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  23. O segundo episódio se passa em 1972. Agora, Amy e Linda não se limitam a confrontar os preconceitos da sociedade, mas têm que enfrentar pressões que partem do próprio grupo de lésbicas com quem convivem. Linda é parte de um subgrupo de lésbicas recém convidadas a se retirar do movimento. Chloë Sevigny, que já foi o objeto do desejo de uma personagem hiper-masculinizada em Meninos Não Choram, é quem faz Amy, o “menininho”. Seu visual “selvagem da motocicleta”, entretanto, é demais para Linda e as amigas, que colocam em questão não o “ser ou não ser lésbica”, mas que tipo de lésbica o movimento está disposto a aceitar. O filme não fica em cima do muro neste debate e parece querer dizer que qualquer tipo de exigência ou padrão sufoca a autenticidade das pessoas. Quando questionada pela namorada a respeito de sua vestimenta, Amy responde que aquele é seu “eu verdadeiro”, seu jeito mais autêntico de ser, que lhe faz sentir confortável e que, portanto, não pode ser de outro jeito. As amigas de Linda são muito ferozes em seu ataque e algumas cenas insinuam que esta postura tem muito em comum com a postura homofóbica. Elas acreditam que a aparência do casal necessariamente indica que o par reproduz exatamente o tipo de relação homem-mulher que elas tanto abominam. Linda também fica em dúvida sobre essas questões, mas o amor, pelo menos nos filmes, a tudo vence e ela decide assumir a relação com Amy.O terceiro episódio, passado no ano 2000, indica um momento totalmente diferente para as lésbicas na sociedade. O casal em questão, Fran e Kal está às voltas com o desejo de ter um filho. Deixando um pouco de lado temas como repressão social e conflitos internos, o episódio aborda de modo leve e bem-humorado a busca das personagens por um pai. Para certa parte da crítica, este episódio pecou por pintar uma certa utopia, como se os gays já estivessem plenamente incorporados à sociedade. O que sabemos que mesmo hoje em 2012 ainda é um tabu não só a questão da relação homoafetiva, bem como a adoção de filhos para casais homoafetivos. A conclusão dessa obra cinematpgráfica juntamente com o conteúdo de gênero em questão que não resta mais nenhuma dúvida de que a escola/ universidade é um espaço privilegiado na implantação de ações que promovam o fortalecimento da auto-estima e do autocuidado; a preparação para a vivência democrática; o aumento dos níveis de tolerância às diversidades; o estabelecimento de relações interpessoais mais respeitosas e solidárias; enfim, em última instância, na qualidade de vida.O estudo da sexualidade e a construção de identidade de gênero visando favorecer a reflexão que contempla a discussão sobre sentimentos, valores, crenças, preconceitos como os vividos pelas protagonistas do filme, experiências etc. A sexualidade são fatores decisivos na construção da identidade pessoal, e de certa forma, do equilíbrio emocional por isto é tão importante para a atuação do operador.O corpo sente, pensa e expressa. A sexualidade também é uma forma de expressão corporal, afetando o ser humano intimamente, de forma tanto positiva como negativa.

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  24. As mulheres surgem como objeto da pesquisa histórica no século XX. Os estudos a respeito delas são decorrentes de três caminhos. O primeiro caminho é o traçado pelo movimento feminista, que atribuiu dimensão política ao âmbito do privado. O segundo é o caminho da Antropologia e da Sociologia, que tornaram as mulheres um grupo social. O terceiro caminho é o da Nova História Francesa, que através da ampliação do campo temático e também do campo documental favoreceu o estudo de grupos marginalizados, entre estes as mulheres. Após a década de 1980 começa a surgir um debate específico sobre as mulheres. Estados Unidos e Itália são os dois lugares pioneiros no estudo da história das mulheres. Para justificar o estudo sobre as mulheres, as historiadoras feministas criaram a categoria de análise gênero.
    Tendo em vista as relações de gênero e suas representações na sociedade, analisamos o filme "Desejos Proibidos", que narra a história das dificuldades enfrentadas por mulheres lésbicas em três momentos históricos diferentes. No primeiro momento nos deparamos com a história de Edith Tree e Abby, que há 30 anos vivem um relacionamento estável, de respeito, companheirismo e um amor profundo. Esta primeira história se passa na década de 1960, onde o conservadorismo, a ligação de dependência da mulher com um marido está fortíssima, na cena onde Edith espera notícias da 'amiga', pois é assim que ela tem que se identificar no hospital, a fala da esposa de um paciente perguntando se ela também estava acompanhado seu marido, marca profundamente este pensamento social, e a personagem vê em Edith uma solteirona. Com a morte da companheira Abby, o filme retrata a luta por direitos de um casal homossexual na questão dos bens materiais. Cena marcante desse momento é a retirada da casa de todos os indícios que pudessem demonstrar um relacionamento amoroso entre Edith e Abby, para que os familiares de Abby não descobrissem que elas eram um casal. A venda da casa que as duas adquiriram, os móveis, os pertences de Abby, são levados por uma família que nunca a conheceu plenamente, mostrando assim a distância dos homossexuais com seus familiares que na maioria das vezes os excluem, se envergonham.
    Em um segundo momento o filme aborda a luta de um grupo de feministas lésbicas na universidade, na década de 1970, onde estas sofrem preconceito por serem feministas e também por serem lésbicas. Há também a dificuldade de aceitação do grupo das quatro amigas das lésbicas que se vestem como homem, talvez o receio do machismo, na negação do jeito de ser feminino, as impulsionam a rejeitar Amy, por quem uma das amigas se apaixonam. Uma fala que me chamou atenção neste momento do filme foi a de uma das garotas ao dizerem que a mãe via a faculdade apenas como um local onde as mulheres poderiam encontrar um bom sujeito, um bom marido, percebemos a dificuldade de aceitação da liberdade das mulheres e da possibilidade de se tornarem excelentes profissionais, atuarem na sociedade e não apenas de dependerem de um homem, um marido, para serem feliz.
    A última parte do filme, nos anos 2000, aborda a luta de um casal de lésbicas, Fran e Kal, para terem um filho, através de inseminação artificial. A frustação de não poderem produzir sêmem para que tenham um fruto do seu amor parece ser um fantasma que aterroriza sempre uma das personagens. A cena do casal hétero que no banco de sêmem parecem condenar as duas com seus olhares, ainda demonstra que a sociedade não está pronta para acolher as diferenças e relacionar com elas de maneira saudável, com respeito e compreensão.
    Nos últimos quarenta anos que o filme retrata, muitas coisas mudaram na sociedade, as possibilidades e direitos dos casais homossexuais de viverem de forma legal, sem precisar se esconderem, possuindo alguns direitos garantidos pela lei, melhoram bastante, mas ainda há muito por lutar. Algo que me chamou a atenção no filme foi que ao longos dos anos retratos nas três histórias, os olhares de preconceito, de discriminação persistiram na sociedade.

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  25. Respostas
    1. As histórias relacionadas ao lesbianismo retratadas no filme Desejos Proibidos, que ocorrem no período de 1961 a 2000, nos proporcionam uma significativa análise das transformações sociais que construíram novas formas de relacionamento e estilos de vida, profundos e perturbadores, passando a intervir em setores que foram, por muito tempo, considerados imutáveis, trans-históricos e universais.
      O filme nos leva a entender que as características de gênero são construções sócio-culturais que variam através da história e se referem aos papéis psicológicos e culturais que a sociedade atribui a cada um do que considera “masculino” ou “feminino”. Dessa forma, podemos presumir através dos nossos estudos e do próprio filme, que não é a natureza, mas a sociedade que impõe à mulher e ao homem certos comportamentos e certas normas diferentes. Desde pequena a mulher brinca de boneca e casinha; isso não se deve a um instinto materno (que para as feministas de gênero não existe), mas simplesmente a uma convenção social. Se as mulheres se casam com homens, e não com outras mulheres, isso não se deve a uma lei da natureza, mas uma construção da sociedade. Se os homens sentem-se na obrigação de trabalhar fora de casa para sustentar a família, enquanto as mulheres sentem a necessidade de ficar juntas aos filhos, nada disso é natural. São meros papéis, desempenhados por tradição, mas que poderiam perfeitamente ser trocados.
      Assegurar a eliminação das classes sexuais requer que a classe subjugada (as mulheres) faça uma revolução e se apodere do controle da reprodução, que se restaure à mulher a propriedade sobre seus próprios corpos, como também o controle feminino da fertilidade humana, incluindo tanto as novas tecnologias como todas as instituições sociais de nascimento e cuidado de crianças.
      Hoje em dia, muitas vezes a palavra “gênero” aparece em contextos no qual esperávamos encontrar a palavra “sexo”. Em vez de se falar de diferença entre os sexos, fala-se de diferença entre os gêneros. Em vez de discriminação por causa de sexo, fala-se em discriminação por causa de gênero. As pessoas desavisadas podem achar que o termo “gênero” é inofensivo. Seria apenas um sinônimo de sexo. No entanto tal palavra esconde toda uma ideologia: a “ideologia de gênero”.
      Dessa forma, é fácil concluir que toda a trama contida nas três histórias relacionadas ao filme implica a instituição de desigualdades, de ordenamentos, de hierarquias, e está, sem dúvida, estreitamente imbricado com as redes de poder que circulam numa sociedade. O reconhecimento do outro, daquele ou daquela que não partilha dos atributos que possuímos, é feito a partir do lugar social que ocupamos.

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  26. O filme "Desejo Proibido" aborda a questão da homossexualidade feminina e como esse assunto vem sendo tratado ao decorrer do tempo. Pois, analisa 3 histórias em épocas distintas, mas que se passam em um mesmo cenário, em uma mesma casa.

    A primeira história se passa na década de 60, período em que houve uma forte mobilização e organização de movimentos sociais onde as mulheres passam a deixar suas casas e o papel de dona de casa para reivindicar direitos e igualdade, porém essas reivindicações não se retiveram ao termo mulheres, mas de gênero, pois as lutas das mulheres com temas até então silenciados como: violência sexual, contracepção, aborto, homossexualismo, enfim, lutando contra a repressão até mesmo de suas sexualidades. E é nesse período que Edith perde sua parceira e tem de enfrentar, além da perda de sua companheira, a desconsideração da família da falecida que só se interessava pelos bens materiais deixados por ela. E a sociedade que rejeitava e condenava a relação homossexual, por considerar uma "anormalidade” e tirava de Edith qualquer direito de herança após anos de união.

    Na segunda história já podem ser notadas as conquistas da década anterior, pois as mulheres já participam ativamente da sociedade e já podem manifestar opiniões, inclusive, sobre suas sexualidades. Porém, o preconceito ainda está impregnado na sociedade visto que nem mesmo nas universidades a união homoafeitva era aceita.

    Já na terceira história, que se passa no ano 2000, os homossexuais ganham espaço e direitos civis, já se casam e tem sua união reconhecida civilmente, porém o assunto aqui tratado é a possibilidade de uma casal homossexual constituir, de fato, uma família, inclusive com filhos. Os anos se passaram e o preconceito perpetuou, pois a sociedade usa de um falso moralismo para dizer qual a forma correta de relacionamento e impor limites ao amor. O que deve ser analisado por cada mulher, pois as mulheres também, foram por anos a fio excluídas do meio social por uma sociedade patriarcal que as consideravam inferiores aos homens e hoje, essa mesma sociedade quer ditar regras de como se deve amar e ser feliz.

    Celiana Saad

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  27. Hugo Albuquerque de Morais

    “If these walls coud talk 2” (Se Estas Paredes Falassem"), “Desejo proibido” no Brasil, é um filme que mostra a evolução do movimento feminista na segunda metade do século XX. , sob a perspectiva do lesbianismo. A produção conta a história de três casais em épocas diferentes, que buscam soluções para seus problemas distintos que estão inseridos no momento histórico vividos por elas.
    Aingail Hemley (Marian Seldes) e Edith Tree (Vanessa Redgrave)
    é um casal de professoras que tem um relação de uma vida inteira, constituindo patrimônio e uma história de vida juntas. No entanto, a casa está no nome de Aingail que se acidenta e falece. Com o ocorrido um parente mais próximo de Alingail, Ted Henley seu sobrinho, tem o direto a herança, ficando assim com bens de sua tia, inclusive a casa. A questão apontada no primeiro ato do filme é a questão legal dos casais homossexuais nos anos 60. Edhith Tree perde tudo com a morte de sua companheira, perde a casa que ajudou a comprar e diversos objetos que foram adquiridos no período que viveu com sua parceira. A questão ainda é evidenciada, pois a família legal de Aingail nem ao menos a conhecia.
    O segundo ato do filme acontece no ano de 1972 onde a heterogeneidade dos grupos feministas é ressaltada. No primeiro momento um grupo de feminista lésbicas não é bem visto pelas colegas assim como pela a universidade. Quatro amigas são expulsas do movimento com a alegação que o “feminismo” serviria para buscar os direitos iguais entre homens e mulheres, desta forma um grupo lésbico não estava inserido dentro do contesto da luta. Outro aspecto importante desta parte do filme é o casal Linda (Michelle Williams) e Amy (Chloë Sevigny) que se conhecem num bar Gay. O Grande embate é que Amy se veste como homem e desta forma é reprovada pela amigas de Linda. Mesmo sendo lésbicas as colegas não aprovam o comportamento de Amy. A multiplicidade do movimento feminista é evidenciada nesta parte do filme. Entre outras questões, este momento aborda a “revolução do feminismo“, onde mulheres buscavam diversos interesses como: igualdade no trabalho, educação e até o direto a escolha dos seus pares. Assim demonstrar a frase do começo do ato: “woman
    The greatest untapped natural” (mulher o maior recurso natural não potencializado)
    O terceiro ato do filme começa com a frase “Amor sem preconceito”. Nesta parte a questão mudou de foco, as personagens Kal (Ellen DeGeneres) e Fran (Sharon Stone) não estão preocupadas com as questões de gênero habituais (igualdade entre homens e mulheres ou mesmo liberdade de se relacionar). A questão está ligada a maternidade, em que o casal tenta fazer uma inseminação para criarem um filho. O casal ainda passa por momentos de preconceito, demonstrado na sala de espera onde um casal hétero demonstra certo desconforto com a presença delas. As indicações da história são basicamente as vividas pelo casal, que pode escolher o pai de seu filho pela internet sem aos menos conhecê-lo, ou mesmo ter um contato com ele.
    O Filme é uma grande contribuição para o estudo de Gênero, pois discute a experiência feminina na história ao abordar as os diferentes momentos dos movimentos feministas no século XX. Assim, a escolha pelos Estudos de Gênero nos possibilita desconstruir as identidades fixas e cristalizadas do ser feminino e masculino, e entender a transformações ocorridas na sociedade nas ultimas décadas.

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  28. O filme "Desejo Proibido" traz à tona discussões sobre relações de gênero em diferentes períodos históricos. São três núcleos em períodos distintos da história (décadas de 60, 70 e 2000) que abordam as diferentes necessidades e reivindicações de reconhecimento das mulheres homossexuais.
    O filme mostra um aumento na liberdade de expressão dessas mulheres à medida que os anos passam, mas que ainda permanecem preconceitos e conflitos quando se trata de lesbianismo.
    A primeira história, que se passa na década de 1960, demonstra um conservadorismo no que se refere à união homoafetiva feminina. Essas uniões não eram socialmente aceitas, tendo a personagem principal, Edith, que disfarçar sua união após a morte de sua companheira. Como eram vistas como amigas que dividiam uma casa, Edith teve que se calar diante da família de Abby que, por não considerarem que elas formavam um casal, reivindicam todos os bens de Abby. A união de duas senhoras não era considerada normal, e existem duas cenas que são interessantes de serem ressaltadas por demonstrarem esse preconceito existente: no cinema, quando uma personagem se declara para outra, pessoas deixam a sala. Após o fim do filme, Edith e Abby, que se emocionaram bastante com a trama, quando perguntadas se o filme lhes tinha agradado, disfarçam afirmando que preferiam uma comédia.
    Dez anos se passam, e o movimento feminista ganha força. É o segundo núcleo da história, onde pode-se notar uma série de conflitos existentes dentro do movimento feminista e entre aquelas que defendiam a liberdade para o lesbianismo. Ocorre que a própria organização feminista passa a excluir aquelas que eram homossexuais, por não querer taxar o movimento feminista como movimento sexual. Há um outro conflito interessante que se refere à forma de vestimenta e de comportamento das mulheres homossexuais. As quatro estudantes lésbicas que moravam juntas e defendiam sua condição homossexual, acreditavam que para isso não era necessário que se travestissem como homens. Isso significaria submissão aos padrões sociais que só aceitam o binário homem+mulher, chegando afirmar que gravatas em mulheres ficaria muito ofensivo e debochar daquelas que usavam terno. No entanto, uma das estudantes, Linda, se envolve com Amy, que usava calças, gravata, disfarçava os seios e carregava um maço de cigarros para "parecer durona". Isso gera um conflito com as demais estudantes, que acreditam que essa era uma postura desnecessária e que favoreceria o preconceito contra as lésbicas. Percebemos, que para se estruturar e para garantir maior liberdade, tiveram que solucionar questões internas.
    O último núcleo tratado no filme se passa nos anos 2000, e aborda uma questão ainda bastante discutida nos dias atuais, que é a criação de filhos por casais homossexuais. No filme fica clara que a adoção é algo impossível, sendo necessário que os casais recorram à inseminação artificial. Para as mulheres isso acaba se tornando mais fácil, uma vez que elas tem a possibilidade de gerar um feto, enquanto para os homens fica mais complicado. No casal que protagoniza essa terceira e última história, Fran e Kal, encontram um casal de homens gays, interessados também em terem um filho, mas elas se recusam que eles participem da vida da criança, apenas querem o sêmem para a fertilização. Percebe-se um estranhamento de outros casais (homem+mulher) que cruzam o caminho dessas duas que também gostariam de constituir uma família. É bonito ver como as duas tem carinho uma pela outra e desejam bastante ter uma criança, e se dispõem a superar as barreiras existentes devido ao fato delas serem lésbicas.

    Aline da Costa Luz

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  29. Compreensível seja dizer que a perspectiva de representação social e gênero venham a atravessar o patamar das ciências humanas e não estando em nenhuma área particular. Tendo assim raízes na sociologia, forte influência na antropologia e na história das mentalidades.
    Nos anos 60 com o aumento do estudo pautado no simbólico e a importância de descrever tal fenômeno, os estudos passam a ser remetidos às noções de imaginário e consciência. Noções como as de representação social e memória coletiva passam a ser mais levadas a sério e são mais aprofundadas a partir da década de 80. Em estudos dessa natureza é que passamos a compreender mais a relação existente entre "indivíduo-sociedade" refletindo como o sujeito, os grupos, os sujeitos sociais compreendem o seu conhecimento a partir da sua inscrição social e cultural e como a sociedade se dá a construir esse conhecimento com os indivíduos. Provido do que muitos teóricos afirmam ser uma transição paradigmática, em torno da década de 80 muitas teorias passaram a ser desenvolvidas partindo de estudos proliferados de manifestações, de quebras tradicionais dos estudos limitados quanto sociais.
    Baseando-se então nessa perspectiva teórica, podemos remeter a película cinematográfica "If these walls could talk 2", cuja obra parte da análise de um estudo específico das minorias sociais. Tais minorias se vêm quanto inseridas nesse processo de transição teórica citado anteriormente, marcado, por vezes, por um sentimento de alteridade social. O filme é dividido em três períodos históricos; o primeiro na década de 60 que mostra a vida de uma mulher que vem a se tornar viúva, perdendo assim sua parceira e que tem que aceitar a imposição dos familiares (muitas vezes distantes) em recorrer à herança da falecida. Nessa parte, mostra o sentimento de repressão social vivido pela personagem Edith Tree que não pode reivindicar sua posição de valorização no relacionamento vivido devido às tradições sociais. O segundo período do filme, passado na década de 70, mostrando como a intolerância é vivida também entre as minorias, pois entre pessoas homoafetivas também ocorre o preconceito contra a personagem Amy devido às suas vestimentas reconhecidas por eles naquele momento como inapropriado. E finalmente na última parte do filme, um casal de mulheres vivem o drama contemporâneo de juntas quererem ter um bebê, mostrando que mesmo depois de 40 anos de reformulações ditas quanto paradigmáticas na sociedade, ainda assim elas enfrentam sérios entraves por querer enfrentar alguns preceitos sociais.
    Tais análises servem para perceber que ainda assim existem tensões permanentes entre o processo simbólico e as práticas sociais, mobilizando forças, canalizando energias, incitando ações de múltiplos sentidos no universo das representações sociais e conflitos sociais baseados nos estudos de gênero.

    Marina Grigório Barbosa de Sousa

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  30. Filme: Desejos Proibidos

    O Filme Desejos Proibidos retrata a história de três casais homoafetivos que se passam em três épocas. Em 1961, companheira de Edith por 50 anos Abby morre e Edith tem que sofrer seu luto em silêncio por não ser considerada companheira e nem participante da família. Já em 1972, Linda é expulsa, juntamente com três amigas, da faculdade por serem lésbicas. Então Linda e suas amigas vão para o único bar lésbico da cidade onde ela conhece e se apaixona pó Amy, mesmo contra a vontade e aprovação de suas amigas. Por fim no ano 2000, o casal Fran e Kal decidem ter um bebe delas, buscando junto à um banco de esperma encontrar um doador para realizar sua sonho.
    À maragem de uma sociedade hetero, conservadora, este filme proporciona a análise das relações sociais de grupos que estiveram marginalizados pela história que conhecemos, como o grupo de homosexuais, e especificamente neste caso as lésbicas. O cotidiano destes sujeitos que tem o prazer e são felizes vivendo ao lado de pessoas do mesmo sexo compartilhando sentimentos e afins, é apresentado no filme assim como a ânsia em poder assumirem-se perante a sociedade e as pequenas conquistas com o decorrer dos anos.
    Assim os estudos de gêneros possibilitam e contribuem para o conhecimento de novos discursos que não são necessariamente aos que estamos acostumados à estudar. São novidades que vão na contra mão do que nossa sociedade preconceituosa impõe. Filmes como Desejos Proibidos nos chama a atenção quanto ao recriminar as escolhas de outras pessoas que não condizem com os pressupostos sociais colocados pela sociedade. Pensando na mulher, no outro, nas relações que permeiam a vida social e em familia assim como a trajetória da mulher, de seu espaço na sociedade e das lutas feministas.
    Iara de Campos Barcelos Dias

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  31. Gênero e representação é uma categoria útil de analise, ainda mais quando posta sobre uma perspectiva histórica conforme elaborado no filme "Desejo Proibido" ou If These Walls Could Talk 2. Scott considera que o gênero é utilizado para assinalar as relações sociais entre sexos. O seu uso rejeita as explicações biológicas, como aquelas que encontram um denominador comum para várias formas de subordinação das relações. É o gênero que se torna uma maneira de indicar as construções sociais sobre as idéias relacionadas aos papéis competentes aos homens e às mulheres. Ele ainda se formula como uma maneira de se referir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas e inerentes do masculino e feminino. Para definição, o gênero se constitui como uma categoria social imposta sobre um corpo sexuado. O uso do mesmo coloca a ênfase sobre todo o sistema de relações que pode incluir o sexo, mas que não é diretamente determinado pelo sexo nem determina diretamente a sexualidade.

    Com essa perspectiva a narrativa estadunidense é de maneira singela analisada. Ela é elaborada em três diferentes momentos (1961, 1972 e 2000) fortemente importantes para as discussões da área. Nele é tratado o cotidiano de histórias que parecem se aproximarem por conta da homossexualidade dos personagens centrais divididos nas distintas datas, mas que na verdade, pouco tem em comum. Isso, porque não podemos desconsiderar o contexto histórico que marca e diferencia as mulheres personagens da narrativa fílmica.

    Na década de 1960 não existia a ideia de que duas mulheres (Edith Tree Abby-Hedley) pudessem trocar carícias e compartilhar momentos de intimidade. Oposto disso ocorre em 2000, quando (LindaAmy-FranKal) lésbicas brancas (o que se pode notar são lésbicas (brancas como as demais que protagonizaram toda a narrativa) buscando, por meio de inseminação, um filho. Aqui, existe claramente definido a marcação do papel do homem e da mulher na relação e na constituição do núcleo familiar. Embora, estejam duas mulheres nessa busca, é simples notar quem pega o espermatozóide, quem dirige o carro e claro, quem beija a barriga da outra na última cena do filme. Neste, o lugar do homem e da mulher está marcado fortemente. É como bem disse Scott (1995), não é possível falar da mulher sem que consideremos também o homem.

    Mas, as representações de gênero nos permitem avançar no sentido de que em uma relação homoafetiva, e a meu ver essa é uma forte contribuição do filme nos três momentos históricos diferentes, a função dos envolvidos não precisa ser marcada pelo gênero, isso porque ocorrem outras representações desse mesmo gênero. É o que faz mostrar uma das personagens como mãe e outra com “pai” da criança, que quem sabe será gerada. Não existe lugar para a representação do masculino nessa relação lésbica elaborada em uma sequência fílmica. O que há são representações do feminino que se opõem ao modelo tradicional ...

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    2. Na primeira narrativa (1961) essa marcação de espaço de gênero (Masculino Feminino) é pouco clara e quase não direcionada. Embora os diretores (Jane Anderson, Martha Coolidge e Anne Heche) tenham buscando mostrar nas três elaborações as modificações históricas, o que existe é uma busca, ainda que silenciada pela existência e afirmação dos sujeitos históricos e pertencimento social. O que há, em síntese, é o desejo reprimido ou não de simplesmente amar, e é justamente nesse ponto que as duas narrativas se encontram, na busca pelo direito de amar e assim constituir um núcleo familiar que se diferencie dos padrões hegemônicos.

      Considero ainda, que não se pode denominar de evolução e sim de condições sociais e temporais o retrato feito no filme. Isto porque não acredito que os discursos feministas estejam em sua totalidade corretos, pois com eles nascem uma nova forma de dominar o pensamento, e porque também não acredito que a mulher tão pouca as homossexuais, para não estender a todas as minorias, tenham seu espaço no convívio e relações sociais.

      A segunda narrativa, e a mais interessante de se analisar as representações de gênero, ao que percebo, está marcada pelas lutas sociais e feministas. Os questionamentos das relações sexuais e do feminino nascem a partir das lutas pela emancipação desse sujeito histórico e fortalecimento de identidades. É nessa mesma luta que se torna presente o contra-discurso feminino constituindo-se como um campo feminista. Essa rotulação das buscas por emancipação feminina como feminismo, torna pejorativo o campo de análise e ainda prejudica as identidades sociais.

      É o que ocorre na segunda narrativa, onde as feministas buscaram novos valores relacionados à mulher e se chocaram com lésbicas buscando representações diferentes das que lhe foram conferidas ao nascerem e hegemonicamente. Falo aqui das vestimentas e do modo de se comportar taxados como masculino e feminino apresentado no filme. Na segunda narrativa, noto que a representação hegemônica do feminino é fortemente marcada com a personagem feminista (Amy). Na sequência das cenas, essa personagem lésbica, se choca diante o diferente (uma mulher encantadora e bela, porém que não se representa no feminino convencional e buscado no movimento feminista) a faz afirmar sua sexualidade e identidade dentro de sua forma biologicamente feminina.

      É sobre a afirmação de identidades que Rüsen, (2001, p. 87) pondera. Para ele a “identidade é, por conseguinte, um processo social de interpretação recíproca de sujeitos que interagem entre si”. A interpretação de sujeitos implica no movimento recíproco de afirmação e negação de identidades. É o que ocorre na segunda narrativa, uma afirmação múltipla de identidades entre as personagens. Mas, para Bauman (2005) existe uma instabilidade que dificulta a asseguração de identidades unificadas e centradas no sujeito moderno. “As 'identidades' flutuam no ar, algumas de nossa própria escolha, mas outras infladas e lançadas pelas pessoas em nossa volta, e é preciso estar em alerta constante para defender as primeiras em relação às últimas.” (Ibidem, p.19).

      Contudo, há uma busca pela defesa de identidades elaborada pelas representações que são formadas quando o indivíduo tenta se perceber nas dinâmicas sociais. Essa representação determina e define o lugar que o sujeito ocupa dentro de um sistema de relações. Isso significa pensar a existência do “eu singular” a partir do outro, ou seja, a partir da diferença. É ante o diferente que nos afirmamos. Foi assim nas lutas femininas e também na segunda narrativa a apresentada no filme. A afirmação de identidades é buscada nesta e posta na relação homoafetiva, o que só contribui para novas representações do gênero feminino e novas concepções acerca da homossexualidade. O mesmo ocorre na afirmação do casal em busca de um filho, que também se afirma no embate com o diferente.

      Ralyanara Freire

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  32. Fortalecidos pela Nova História, os estudos de gênero ganham destaque e aos poucos vão se moldando como uma nova prática de pesquisa. Para um melhor entendimento do surgimento dessa categoria vale destacar as várias transformações ocorridas no Ocidente a partir da década de sessenta. O maio de sessenta e oito, a Guerra do Vietnã, ascensão do movimento feminista contribuíram para evidenciar uma complexa dinâmica social que emergia no Ocidente.
    De acordo com Louro essas mudanças sociais tão latentes em sessenta “se acelerariam ainda mais nas décadas seguintes, passando a intervir em setores que haviam sido, por muito tempo, considerados imutáveis, trans-históricos e universais”.
    Nesse processo destaca-se as transformações sobre a sexualidade. As condutas, práticas e normas sexuais passam a ser questionadas diante das novas experiências e expectativa de mundo dos sujeitos de seu tempo. A sexualidade passa a ser questionada enquanto essência e pensada enquanto social e política. São as construções discursivas, as práticas simbólicas, os hábitos codificados em torno do corpo que forjam a sexualidade do sujeito. É no meio social que se constrói o sexo. Este é delimitado através de práticas, coerções, disciplinas, hábitos. Ou seja, há uma normatização em torno do corpo, delimitando seu sexo e sua identidade. Para Loro “isso implica a instituição de desigualdades, de ordenamentos, de hierarquias, e está, sem dúvida, estreitamente imbricado com as redes de poder que circulam na sociedade”.
    É o que evidenciamos na narrativa fílmica de Desejo Proibido. Os três episódios desenvolvem-se numa mesma casa que é ocupada por diferentes experiências no decorrer do tempo.
    No primeiro episódio (1961) o silêncio conduz a narrativa. Não se fala sobre a relação amorosa das duas mulheres, braços se descruzam no cinema quando as luzes se acendem, retratos escondidos sob o olhar vigilante da família, a companheira é sempre referida socialmente como uma amiga. No segundo episódio (1972) a voz eclode contra a opressão historicamente imposta e as feministas gritam ao mundo sobre a condição histórica de desigualdade entre homens e mulheres. Mas pouco depois deparam com a complexidade do movimento e dos sujeitos. Não há um sujeito mulher e sim mulheres. A diferença emerge dentro da diferença. No terceiro e último episódio a angústia do casal que sonha com o filho,se depara com determinações biológicas, legais e culturais.


    O filme revela uma nova visão de mundo em torno da sexualidade, crescente a partir de sessenta. A heterossexualidade historicamente concebida como “natural , universal e normal” é posta em cheque a partir das novas experiências, sendo pensada não como una e fixa e sim como relativa, plural, que se revela de acordo com o contexto em que o sujeito está inserido.
    Foi dentro dessa perspectiva que a filósofa Judith Butler, através de seu livro “Problemas de Gênero” interrogou a categoria gênero, diretamente ligada ao biológico, postulando que este não pode ser separado da construção cultural, do conjunto de regras que o rege e que lhe atribui significado. Influenciada pela teoria foucaultiana a autora descreve gênero como um efeito discursivo dentro de um determinado contexto sócio cultural.
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  33. O filme intitulado If The Walls Could Talk 2 ou Desejos Proibidos (2000), aparentemente, é uma semi-continuação do If The Walls Could Talk (1996) – que explorou a compreensão do aborto em diferentes períodos. Já o filme Desejos Proibidos (como foi traduzido) aborda relações homossexuais, onde o foco são as relações entre casais de lésbicas.

    O filme é subdividido em três pequenas histórias narradas em diferentes tempos e contextos sociais. A primeira história conta a relação entre duas lésbicas casadas por 50 anos no ano de 1961, Abby (Marian Seldes) e Edith (Vanessa Redgrave). Ambas vivem em uma casa e levam um relacionamento duradouro e feliz, até que em um acidente domésticos uma delas morre.

    Algumas questões podem ser notadas no filme: 1) Abby e Edith juntas no cinema vendo um filme de lésbicas onde, um casal (heterossexual) com aparência tradicional repudia o filme e sai do cinema; 2) Um grupo de jovens trajando vestes anos 60 (estilo Elvis Presley) que, também assiste ao filme mas, com certo deboche; 3) As cenas do hospital, onde a presença de Edith fora ignorada como companheira de Abby para avisaram de sua morte; 4) O desapego da família tanto da parte do casal Abby e Edith, quanto do sobrinho que cuidou das “partes práticas” de um falecimento; entre outros que podemos citar.

    Se nos atentarmos a essas cenas, podemos evidenciar um papel no qual a mulher sempre fora cobrada, mas, que não está presente nessa história, que é o de maternidade. Ou seja, a construção da família em torno da maternidade não existe pois, são mulheres, idosas, que se afastaram de tudo e de todos para construírem sua família. Outra questão a ser evidenciada é o papel do Estado com relação a união homossexual e o debate que trás sobre os direitos desses casais. E por último, a relação entre os parentes e o casal Abby e Edith é quase nula, trazendo àquela sensação de que a distância seria o melhor “remédio” a ter que conviver com pessoas que não se adequam as normas e condutas de uma época.

    A segunda história, narrada no contexto de 1972, trás as personagens de Linda (Michelle Williams) e Amy (Chloë Sevigny) a um debate bastante interessante que é a crise de identidade entre as lésbicas.

    Em um contexto cercado por mulheres feministas, dentro da universidade onde o assunto seria o papel da mulher na sociedade, percebemos que o discurso sobre esse papel ainda era dotado de preconceitos e machismos. De um lado um grupo de feministas universitárias excluindo outro grupo de feministas universitárias por serem lésbicas, recusando sua causa como diferente. De outro lado, tal grupo de feministas universitárias e lésbicas, excluem outras lésbicas por se vestirem como homens. Percebe-se total crise de identidade entre esses grupos em um tempo onde diziam que o “lema” era “Paz e Amor”. Praticar a negação e a repreensão em um contexto onde a liberdade e o estilo hippie eram exaltados demonstra a ignorância e a discriminação do homossexual para com o próprio homossexual.

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  34. A terceira e última história, se passa no ano 2000 e narra a luta de um casal de lésbicas que desejam ter um filho. Fran (Sharon Stone) e Kal (Ellen DeGeneres) trazem um debate sobre inseminação artificial e a maternidade entre casais homossexuais com àquele humor “hollywoodiano” porém, muito interessante. A história desse casal é bem simples: se a adoção para casais homossexuais ainda é difícil então à solução é inseminação artificial. Mas, o ponto fraco dessa história, em minha opinião, é a limitação que ela possui com a realidade. É claro que o debate entre narrativa ficcional e real deve ser excluída nesse momento mas, se em algum momento, houve a tentativa, nessa história, de representar o real, houve muitas falhas.

    É bastante utópico pensar que a solução para todos os casais de lésbicas que quisessem a maternidade seria recorrer a inseminação artificial pois, é um tratamento que requer recursos financeiros que poucos teriam condições.

    A aceitação social ainda parece um pouco utópica também, ou seja, a cena do filme onde o casal Fran e Kal são incentivadas à maternidade por uma mãe que busca sua filha na escola nos trás a sensação de que tudo é extremamente fácil na vida desses casais homossexuais.

    Enfim, o que pude perceber no filme The Walls Could Talk 2 ou Desejos Proibidos (2000) foi como as relações homossexuais entre mulheres foram pensadas em contextos históricos diferentes e, como vários assuntos deram ênfase à essas histórias, como por exemplo, a família, a herança, a morte, as crises de identidade, a maternidade e a inseminação artificial. A mulher e a noção de feminilidade, nessas histórias, não estão associadas, como no século XIX, apenas no espaço doméstico e, a identidade não é uma situação ligada somente aos aspectos biológicos e morfológicos, a identidade é resultado do processo histórico-cultural de cada indivíduo.


    Elisa Caetano

    História Cultural

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  35. DISCIPLINA: GENÊRO E REPRESENTAÇÃO
    “Desejo Proibido” (If The WallsCould Talk, 2000) é um filme estadunidense dirigido por Jane Anderson, Martha Coolidge e Anne Heche. A película é dividida em três seguimentos, que narra três histórias sobre lesbianismo que acontecem na mesma casa, todavia, em épocas distintas. Com intuito de analisar as questões de gênero e representação, o filme apresenta um rico material a fim de propor discussões que abordam temas relacionados a homossexualidade feminina e ou relações homo-afetivos.
    A partir das praticas cotidianas, o filme trata sobre o estigma que as relações homossexuais são consideradas “anormais” ao longo dos anos. Nesse sentido, a cinematografia oferece vivencias humanas que demonstram contextos históricos e temporalidades diferentes apontando para uma mudança, embora ela aconteça de maneira lenta e gradual. Contudo, ao impor um perfil dominante na sociedade, que se trata da heterossexualidade, as relações homossexuais são estigmatizadas e tratadas como algo que necessariamente deve ser rejeitado.
    O filme “Desejo Proibido” contribui para refletirmos a respeito das atitudes que tomamos ao nos deparar com relacionamentos considerados “diferentes”, que não estão inseridos nos padrões sociais e religiosos pré-estabelecidos. A película apresenta como o movimento lésbico desenvolveu-se vinculado aos movimentos sociais e as abordagens teóricas que procuravam problematizar e dar visibilidade aos grupos subalternos, considerados minoria, buscando adquirir autenticidade, legitimidade, reconhecimento e respeito no estabelecimento de uma união homossexual. Nesse contexto, o desenvolvimento do longa-metragem busca apresentar as relações homossexuais como sendo uma busca por respeito e lugar na sociedade, levando em consideração que esses, possuem os mesmos anseios que os casais homossexuais buscam preencher por meio de uma relação harmônica, calcada no respeito, no companheirismo, tendo como objetivo formar uma família.

    Carla Oliveira da Silva
    História Cultural

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  36. O filme "Desejo Proibido, aborda três histórias de casais de lésbicas, cujo cenário se passa na mesma casa, só que em épocas diferentes. O primeiro caso se passa em 1961 e retrata a história de um casal de lésbicas já maduras, cuja relação amorosa era encoberta devido ao preconceito. Apesar desse comportamento não ser tão recente assim, percebe-se que a relação homoafetiva, principalmente feminina era totalmente repudiada, levando-as a viverem uma relação clandestina. Ao final da história apresenta-se um dos miores problemas desse tipo de relação, ou seja, o reconhecimento da união, onde Edith, com a morte de sua companheira, além da dor de perdê-la, se vê totalmente desprotegida e injustiçada. A segunda história se passa em 1972 e retrata uma relação do lesbianismo um pouquinho mais aberto, pois agora elas se reunem em grupos e participam de manifestações em prol dos direitos das mulheres(movimento feminista). Porém o preconceito ainda existe, mesmo dentro dos dois grupos. A história mostra a expulsão de Linda do movimento feminista, pois o envolvimento com homossexuais tão assumidas, poderia enfraquecer o movimento. Ela também sofre preconceito dentro do próprio grupo de lésbicas, quando se apaixona por Amy, uma homossexual que se vestia de forma mais maculinizada. Para o grupo esse fato sugeria uma relação parecida com a de homem e mulher, o que não era bem aceito pelo grupo. A última história, que se passa no ano 2000, aborda uma polêmica recorrente ainda, ou seja, a criação de uma criança por pais do mesmo sexo. Em cada história nota-se um pequeno avanço em torno da aceitação desse tipo de relação amorosa pela sociedade. Porém não é facil para duas mulheres conseguirem ter um filho, mesmo na era da fertilização artificial, pois ainda sobram preconceitos, além de não conseguirem tão facilmente a legitimação da união em questão. O problema agora se resume na forma legal de união estável que garanta o mínimo de segurança para ambas. Tal situação se assemelha a situação da mulheres do Brasil Colonial, retratada no livro "Ao Sul do Corpo" de Mary Del Priore, que com a ameaça de serem mães solteiras e terem que alimentarem mais uma boca, em meio a situação ja tão precária, via na Igreja e no casamento a solução de seus problemas.

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  37. Respostas
    1. O local da filmagem do filme é no Ocidente, precisamente, na maior nação do mundo capitalista: Estados Unidos. O filme aborda frontalmente a situação de mulheres homossexuais de gerações distintas. A “primeira parte” deixa em evidência os aspectos legais da vida das personagens uma vez que uma delas morre e não há legislação que ampare a união homossexual.
      Dessa forma, a casa que moravam e que foi paga pelas duas a qual estava no nome da personagem que morreu fica como herança para o sobrinho da mesma, e não para a personagem que dividiu uma vida com ela. O mais chocante não a casa que vai embora com assinatura de papéis, e a perda de um local de memória com o qual ela partilhou uma vida com a pessoa que amava.
      Já na “segunda parte”, o diretor mostra o conflito que surge dentro do movimento feminista quando um grupo de estudantes universitárias, se afirmam como lésbicas. O momento é de muita euforia vivida pelas personagens, inclusive na busca de aceitação das roupas em que uma delas se sente bem utilizando. O diretor foi ousado, introduzindo cenas de beijo entre as personagens e cenas picantes do amor gay.
      A “terceira parte” do filme é muito recente o qual a grande luta do casal gay é por algo que elas não podem ter: um filho. Aliada ao desenvolvimento da técnica elas buscam o tão sonhando filhe que será provido por meio da utilização da evolução científica: gametas masculinos. Amor Proibido é um filme para ser assistido sem preconceitos, sobretudo pela forma que são tratados alguns grupos minoritários por nossa sociedade.

      Londesmon Nunes Folha

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  38. Disciplina: Gênero & Representação
    O filme americano Desejo Proibido (If The Walls Could Talk 2) dos diretores Anne Heche, Jane Anderson e Martha Coolidge rodado em um único plano (cenário) narrando conflitos e normas sociais (comportamentos) existentes entre os grupos de movimentos sociais, políticos, femininos e sexuais, sub-divididos em três épocas e universos distintos (1961/1972/2000), contando a história do homossexualismo feminino no país americano, o centro da economia global detentor do poder no século XX.
    Em 1961 Abigail (Marian Seldes) morre de infarto aos 50 anos de idade, deixando sua companheira Edith Tree (Vanessa Redgrave) com quem possuía uma relação homoafetiva desamparada, pois legalmente no país americano a relação não era reconhecida como união estável perante a sociedade. Podemos observar diversos problemas enfrentados pela comunidade homossexual da época, Edith Tree teve dificuldades de visitar a companheira no hospital na qual era indagada que apenas familiares teriam autorização para permanecer no quarto. Edith Tree é vista como uma mulher solteira no hospital por não assumir perante público a sua condição de companheira da paciente. Quando é constatada a morte de Abigail, Edith Tree tem que recorrer a um sobrinho de Abigail para poder retirar o corpo da companheira do hospital devido o não reconhecimento e respeito da sociedade da época em relação às relações homoafetivas, o hospital sequer informou Edith da morte da sua companheira, por não reconhecer Edith no ciclo familiar de Abigail. O sobrinho de Abigail e sua família desde o início se preocupam com a posse legal dos bens deixados por Abigail. Edith passa a sofrer não somente com a dor pela ausência de Abigail sua eterna companheira, mas também pelo descaso como é tratada pelos familiares de Abigail, querendo preservar a sua imagem e memória costume dos antigos casais homossexuais da época Edith retira todas as fotos que induz a relação homoafetival, e querendo resguardar a imagem da companheira perante a família, Edith se vê obrigada a sair da casa onde passou dias felizes ao lado da companheira, visto que a casa esta no nome de Abigail e Edith não possuía sequer qualquer respaldo legal e moralmente social para permanecer no recinto. O que podemos observar como ponto central no filme, é a busca pelo direito de amar e o direito legal e social, numa época em que as relações homoafetivas eram silenciadas pelo simples fato de “moral” da sociedade. Edith teve de se calar, esquecer o passado compartilhado com amor em razão da memória de Abigail.

    (...) by Adriel Diniz

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  39. (...)
    Na década de 70, precisamente em 1972 temos o relato da nossa segunda história, quatro mulheres lésbicas são expulsas de um grupo de feminista devido a sua opção sexual – Não bastasse a sua condição de “mulher”, sua opção sexual é também “condenada” perante o grupo de feminista. O que se estranha ao perceber o filme, é que contextualmente estamos numa época em que a natureza de movimento é explosiva em todos os cantos do planeta, não somente pela busca dos direitos iguais, mas políticos, é a primazia dos movimentos culturais. A personagem Linda (Michelle Willians) se envolve com Amy (Chloe Sevigny) a quem conhece num bar GLS e passa a enfrentar diversos problemas com suas amigas, pois as mesmas têm preconceito pelo modo como Amy se veste e comporta (homem) – O modelo masculino condenado por todas naquela época. O pré-conceito diante do conceito de pré-conceber. Mesmo diante dos preconceitos da amigas, Linda decide seguir com a sua relação homoafetiva com Amy, pois passa a acreditar naquela relação independente do modo como cada um se comporta. Linda com seu modo feminino e Amy com seu modo masculino, a relação construída a base de quebra dos paradigmas individuais de cada uma delas, pois rompe com as barreiras dos preconceitos imposta a cada uma delas que elas mesma construíram dentro da própria atitude sexual.
    Por fim temos a terceira história na qual se passa no ano de 2000, o casal Fran (Sharon Stone) e Kal (Ellen DeGeneres) pretende ter um filho e inicialmente recorrem a um banco de sêmen para que Fran possa engravidar. Temos o início de diversas discussões em relação aos direitos homossexuais mesmo no século XX, pois o conceito de família é alarmante no contexto familiar em relação à educação da criança. Requisitos morais e legais são indagados perante a sociedade americana, mesmo num universo na qual observamos um passo a frente em relação a demais histórias, pois outras personagens passam indiretamente a respeitar a relação respeitando os conceitos éticos da profissão não interferindo com preconceito a sua posição pessoal com relação à opção sexual das personagens centrais.
    Podemos observar que o filme retrata muito bem as questões de gênero e representação, pois estão ligadas a movimentos que fizeram parte da nossa história, são movimentos que abrem discussões até hoje no mundo contemporâneo, pois abordam temas ligados ao universo sexual, feminino e político dentro do contexto temporal. O espaço e comportamento existente dentro dessas relações. São formulações que debatem no nosso universo construindo o nosso modelo “familiar” contemporâneo.
    Adriel Diniz

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